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Cantinho literário


Tudo acaba

As cores se fundem em um branco só. A saia parece que tem vida própria. Uma leveza... a dança vai se executando e os olhos se fixando. O ritmo aumenta e o sorriso também. Os passos mudam e as expectativas se confundem. Então tudo vai desacelerando e o público se dispersando. As cores voltam ao foco e a mulher pára de dançar.
Meu coração acelera e sinto algo gelado em minha barriga; muito gelado, e cruel. Tenho medo de olhar para baixo, mas por fim olho. Uma faca está fincada em mim. Quem a colocou? Não sei. Não consegui olhar para trás, meus reflexos já não funcionavam mais. Minhas pernas fraquejavam, o sangue escorria, a dor começava... Agora me ajoelho, arfando, tentando fazer com que minha vida pare de vazar pelo corte da faca. Mas isso não é possível, ela aos poucos me abandona e tudo o que posso fazer é continuar a respirar. Já nem sinto o ritmo compassado do coração, ele agora falha. Fraquejo e caio, deitada ainda com a mão no corte. Nem consegui puxar a faca. Respiro. Pisco uma última vez antes de meus olhos não conseguirem mais se abrir. O mundo lá fora já se foi. Só me resta o meu. Minha mente vai se desligando, meu coração parando. O sangue vaza sem pressão e meu peito já não puxa mais o ar. O silêncio se apodera de mim, assim como o desespero. Quero gritar mas não consigo.
A dor já está anestesiada e aos poucos me acalmo. O pouco de oxigênio que tenho em mim, solto. E junto com ele, o pouco de vida que me restara se vai. O tempo se perde. E então, tudo acaba.

(Carol, 9º ano de 2012)

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